quarta-feira, 9 de junho de 2010

Jornalismo

O mercado brasileiro de jornalismo movimenta-se no sentido de forte competição. Não apenas no caso de veículos impressos como também nos eletrônicos, a concorrência torna-se um componente decisivo na gestão das empresas que têm o jornalismo como negócio. Nesta competição os veículos estabelecem as mais diversas estratégias de ação.
Pode-se dizer que a atividade jornalística sob enfoque de mercado não é um assunto devidamente analisado e discutido nas escolas. É uma falha que deve ser corrigida, já que o ambiente de concorrência que se estabelece no jornalismo deve ser mais bem compreendido. Este trabalho, introdutório e teórico, objetiva estimular a análise acadêmica do assunto e faz parte dos interesses do autor que desenvolve pesquisa sobre jornalismo e mercado.
A concorrência entre veículos jornalísticos não é, em si, um fato novo, mas o que atrai atenção é o acirramento desta competição em anos recentes. Isso pode ser constatado pelos seguintes indicadores:
1.surgimento de novos canais de televisão por assinatura;
2.aumento da oferta de novas revistas semanais, quinzenais e mensais;
3.aumento da oferta de novos jornais;
4.especialização da programação jornalística de emissoras de rádio e de televisão por assinatura, e também de jornais e revistas;
5.oferta de novos serviços de informação, impressa ou via internet, por empresas jornalísticas;
6.intensificação da cobertura regional por veículos nacionais;
7.intensificação da cobertura local por veículos regionais.
Tudo isso amplia as possibilidades de escolha da audiência, seja de meios impressos, seja de meios eletrônicos.
Multiplicam-se as bancas de revistas e jornais – o mercado físico do jornalismo impresso –, que assumem cada vez mais importância como pontos de distribuição dos mais diversos produtos, jornalísticos ou não.
É tal o volume de produtos aí expostos que o que está acontecendo é falta de espaço físico: por dentro, para publicações jornalísticas, como jornais e revistas, e produtos como fitas de vídeo, CDs, fascículos, livros e outros; por fora, para os cartazes publicitários das publicações. Da mesma forma, a audiência encontra na mídia eletrônica, como televisão (tanto aberta como por assinatura), rádio e Internet, uma oferta extremamente generosa de produtos jornalísticos.
Nesta ampliação da oferta de produtos e serviços jornalísticos e, por extensão, na concorrência que se intensifica, observam-se estratégias de marketing que vão desde o acoplamento de produtos diversos no produto jornalístico impresso, dos tipos fitas de vídeo, enciclopédias, livros, CDs etc., até a redução de preços.
Ao mesmo tempo, na televisão, telejornais disputam audiência com programas não jornalísticos e as emissoras de rádio buscam audiência através de publicidade. Essa ferramenta de marketing, aliás, torna-se cada vez mais intensa na divulgação de produtos jornalísticos, sejam jornais, sejam revistas, sejam telejornais e radiojornais. Os veículos, impressos e eletrônicos, difundem jornalismo e também a sua publicidade.
Por outro lado, a especialização dos veículos, impressos e eletrônicos, é incrementada na procura e consolidação de nichos de mercado, e pelo menos duas novas formas de informação, serviço e auto-ajuda, são cada vez mais privilegiadas. Concorrentes também disputam leitores via busca de colocação mais rápida do produto no mercado. Veículo criticando veículo é uma ação freqüente. São criados cargos para jornalistas representarem a audiência. Enfim, o jornalismo mostra um movimento em direção à competição, sintonizado, como tudo leva a crer, no ambiente econômico competitivo que se estabelece no país.
Como qualquer ramo da atividade econômica, o jornalismo está sujeito às leis do mercado. Uma direção que este mercado toma é a oligopolização, que apresenta concorrência interna pela natureza deste ramo. Ao mesmo tempo, o jornalismo, também por sua natureza, é uma atividade que permite a atuação política-ideológica mais intensa, já que forma a opinião pública.

Mercado de Trabalho

Quem escolhe a profissão de jornalista deve se preparar, ainda na faculdade, para chegar ao mercado de trabalho com um mínimo de experiência. Durante a graduação, os estudantes devem tirar proveito dos laboratórios em diferentes áreas ou ingressar em programas de trainee mantidos pelas empresas de comunicação.
O mercado de trabalho para jornalista está saturado. As faculdades estão formando mais profissionais do que a capacidade do mercado de absorvê-los. Por isso, é extremamente recomendável que durante o curso o aluno procure um estágio, o qual pode se tornar a sua porta de entrada no mercado de trabalho.
Uma busca no site da Catho por vagas de empregos retorna 98 oportunidades. Já uma pesquisa por currículos de profissionais formados informa 10.181 resultados.
Salário
De acordo com a tabela do Sindicato de Jornalismo em MG, quem optar por trabalhar em uma redação receberá R$ 1.329. Já quem preferir rádio ou TV, terá um salário de R$ 1.000 e R$ 1.100, respectivamente.

Os números do desemprego de jornalistas nos Estados Unidos passaram a ser assustadores. Segundo um artigo publicado na edição de fevereiro/março da American Journalism Review, o contingente de profissionais empregados na imprensa norte-americana encolheu 15% só no ano passado, o que representa uma força de trabalho de 7.800 profissionais fora das redações.
Em janeiro de 2008, 52 mil jornalistas integravam as folhas de pagamento dos principais veículos da imprensa. Um ano mais tarde, segundo o blog Paper Cuts, o total caiu para 44.200. Só nos dois primeiros meses de 2009, mais 2.620 profissionais perderam o emprego, superando o total do ano de 2007.
Se for mantida a tendência, 2009 pode se tornar um ano ainda mais trágico do que 2008 para o jornalismo norte-americano. No ano passado, o número de demissões nas redações foi três vezes maior do que o pior ano desde 1978, quando a American Society of Newspaper Editors começou a produzir estatísticas sobre mão de obra na indústria de jornais.
No ano passado, o escritório de estatísticas sobre mão de obra do governo norte-americano revelou que 22.400 funcionários (incluindo as redações) de empresas jornalísticas perderam seus empregos entre janeiro e outubro.
Atropelados por uma avalancha de demissões, os jornalistas norte-americanos começaram buscar alternativas combinando atividades empresariais na área de sua atuação com a produção de informações. É o caso do autor de uma coluna sobre vinhos que resolveu abrir um negócio usando o seu conhecimento e contatos na área.
O futuro dos jornalistas norte-americanos passou a ser uma questão tão importante quanto o futuro das empresas onde trabalham ou trabalhavam. Mas não é só o futuro deles que está em questão. Toda uma atividade está sendo colocada diante de um duro exame de consciência que não se limita a questões do tipo “onde eu errei”, mas a problemas muito mais complexos.
A primeira das grandes questões em debate tem a ver com papel do jornalista na nova sociedade digital. O jornalismo já não é mais um emprego fixo porque a tendência ao trabalho autônomo é irreversível. O custo de manutenção de grandes redações tornou-se proibitivo, porque as margens de lucro despencaram e os acionistas de grandes grupos jornalísticos não se conformam com dividendos menores.
Está deixando de ser uma profissão porque a internet alterou radicalmente o modo de produzir informações ao dar a qualquer pessoa a possibilidade de publicar notícias, dados e fatos na Web. O professor e consultor Clay Shirky, autor do livro Here Comes Everybody (Aí vem qualquer um), diz que os jornalistas estão enfrentando hoje os mesmos dilemas dos escribas da era renascentista, quando a imprensa de Gutenberg fez com que eles deixassem de ser o caminho obrigatório para qualquer publicação.
Segundo Shirky, o jornalista já está enfrentando mudanças consideráveis não apenas na sua relação com as empresas de comunicação mas principalmente na sua relação com a informação. O fim das grandes redações e a perda da exclusividade na publicação de notícias tendem a transformar o jornalismo numa atividade especializada e menos numa profissão — como a medicina e engenharia, por exemplo.

Grupo: Leticia R. Liviane, e Alessandra

CLIQUE AQUI PARA ENTREVISTA COM A EX-ALUNA DO CENTRO UNIVERSITARIO JORGE AMADO

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